sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Cão humanizou americanos na guerra do Iraque, diz ex-soldado

Autor do livro 'De Bagdá, com muito amor' fala da sua relação com o cão Lava.

Jay Kopelman resgatou o cachorro em Faluja, um dos locais mais afetados pela guerra.

No meio das explosões, das trocas de tiros, da tensão e da violência de Faluja, um dos principais palcos da guerra do Iraque, um pequeno filhote de cachorro, Lava, ajudou soldados do Exército dos Estados Unidos a lembrar que eles eram humanos, e não máquinas de lutar e matar.

Salvo da guerra, ele se tornou mascote dos fuzileiros navais e protagonista de “De Bagdá, com muito amor” (Ed. BestSeller), livro no qual o tenente-coronel Jay Kopelman narra seu resgate e constrói uma reflexão sobre a relação com o animal e a devastação emocional causada pelo conflito, afirmando que a presença de Lava os ajudou a manter contato com a sua humanidade, por ser o oposto do combate, já que se preocupavam com uma vida, em vez de pensar em apenas tirar vidas. Lava fazia com que se sentissem humanos novamente.

Jay afirma que, dentro da base, havia uma ordem para abater todos os animais. Então, havia um real perigo para Lava e os soldados mantinham um grupo que cuidava para que isso não acontecesse.

Lava teria morrido se não tivesse sido adotado. Ele era um filhote, e, se ninguém tivesse cuidado dele, teria sido morto pelas próprias tropas, ou por um cão maior. Havia muitos e grandes cachorros nas cidades, e eles estavam com fome. Era uma imagem assustadora ver cães se alimentando de mortos da guerra. Quando ficavam muito tempo sem comer, atacavam qualquer alimento que encontrassem, e algumas vezes eles já estavam atacando corpos após os combates antes mesmo que pudéssemos retirar os mortos. No Iraque as pessoas têm um relacionamento com os animais muito diferente do nosso. Eles são considerados sujos, e não são cuidados como animais de estimação. Então há grandes grupos de cães andando livremente, como selvagens.

Atualmente, Lava vive na casa de Jay. É um cão que já viajou demais, e que fica melhor em seu próprio ambiente.

Adaptado de:
http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL106411-5602,00.html

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