quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Um cachorro para toda a vida

Viviane Fernandes

Passei hoje pela Saraiva do Norteshopping e vi um daqueles livretinhos de cortesia sobre um livro chamado Orson, um cachorro para toda a vida, de Jon Katz. Bom, nem preciso dizer que trouxe o livretinho para casa - básico.
Na contra capa, deparei-me com o seguinte depoimento do autor:
"As pessoas que gostam de cães freqüentemente se referem a um cão 'inesquecível'. Ouvi a expressão dezenas de vezes antes de chegar a reconhecer sua importância. Cães 'inesquecíveis' são cães que amamos de formas especialmente poderosas, às vezes inexplicáveis".
No prólogo, o autor continua:
"Tive - e ainda tenho - muitos cães, aos quais amei profundamente quase sem exceção, mas, até agora, apenas um em minha vida foi poderoso o bastante para promover a drástica mudança que ele deflagrou, para falar de forma direta, ainda que inconsciente, em meu coração".
Bom, quem me conhece sabe que, a essa altura, eu já estou aos prantos...
O fato é que este autor, Jon Katz, conseguiu sintetizar com palavras - lógico, ele é um escritor - o que eu sinto pela Sunny.
Todos os meus cães: Diana, Leão, Cronus, Drica, Carina, Chewie; todos, sem exceção, foram e são meus amores. Sem eles, a vida não tem brilho. Mas a Sunny... A Sunny é a Luz do Meu Dia, a Razão da Minha Existência, nada faz sentido sem ela.
Apenas uma pessoa que já amou um cão e compreendeu que nele encontrou seu Melhor Amigo pode compreender o que eu digo. Ou o que o Jon Katz diz. Ou ainda o que o John Grogan, autor de Marley & eu escreveu. Ou ainda o que o Mark Doty, autor de Minha Vida, Meus Cães escreveu.
Aliás, de repente, escrever sobre nossos amores caninos tornou-se popular. Ainda bem, talvez signifique que os corações das pessoas estão se abrindo para o amor canino.
Há alguns anos, li em um livro, acho que Amor de Cão, uma coisa que me deixou profundamente pesarosa. A autora, Marjorie Garber, em determinado trecho, diz que o amor aos cães está mais relacionado aos homens que às mulheres. Ela justifica seu pensamento dizendo que na literatura e no cinema, os cães são apenas retratados como companheiros de personagens masculinos. Ela ainda diz que Alice não poderia ser citada como exceção, já que esta representa um alter ego feminino de seu autor, Lewis Carroll que, aliás, dizem que era gay...
Este pensamento foi imensamente devastador para mim. Mais dura ainda foi a constatação desta realidade. Algo acontece com as mulheres que faz delas criaturas completamente afastadas do lúdico. Não é de se estranhar que muitas delas tornem-se amargas e enfadonhas com a maturidade.
Pois, quem, em sanidade mental poderia resistir à alegria de um rabo abanando, à festa que aquela criatura peluda faz a você, não importa se você se afastou cinco minutos, cinco horas, cinco dias ou cinco meses.
Um provérbio antigo diz que "deus criou o homem. Então, percebendo que este era muito fraco, deu-lhe de presente o cão". Pois bem, visto minha carapuça: sou fraca e, graças a deus, tenho meus cães ao meu lado!

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